Valores Organizacionais Declarados e Vividos: A Diferença que Define a Cultura
- Trinia

- 24 de out.
- 3 min de leitura

O poder dos valores organizacionais
Os valores organizacionais declarados e vividos são o verdadeiro sistema imunológico da cultura de uma empresa. Eles determinam o comportamento quando não há regras explícitas e moldam a forma como as pessoas decidem, lideram e se relacionam.
Inspirado no Modelo dos 7 Níveis de Consciência de Richard Barrett e nos conceitos de Core Values de Jim Collins, este princípio mostra que valores autênticos e praticados diariamente são uma fonte de vantagem competitiva — enquanto valores de fachada geram cinismo, desengajamento e perda de credibilidade.
Valores declarados vs. valores vividos
Toda empresa possui dois conjuntos de valores:
Valores declarados: o que está nos murais, no site institucional e nas apresentações corporativas.
Valores vividos: o que realmente guia as decisões e comportamentos diários.
Quando existe alinhamento entre o que se diz e o que se faz, a cultura é saudável e coerente. Mas quando há dissonância, surge a entropia cultural — uma energia disfuncional que mina engajamento, confiança e resultados.
Como identificar os valores organizacionais declarados e vividos
1. Values Assessment (Diagnóstico de Valores)
Aplicar uma ferramenta de diagnóstico baseada no modelo de Barrett, permitindo que colaboradores indiquem — de forma anônima —:
Seus valores pessoais;
Os valores percebidos na cultura atual;
Os valores desejados para o futuro.
O resultado é um mapa de valores que mostra o nível de entropia e os gaps entre discurso e prática.
2. Análise de Congruência Sistêmica
Cruzar os resultados do assessment com evidências concretas do dia a dia:
Quem é promovido e por quê?
Quem é recompensado ou desligado?
Quais valores são reforçados em rituais, reconhecimentos e decisões estratégicas?
Essa análise revela se os valores estão realmente sendo vividos ou se ficaram apenas no discurso.
3. Workshop de Validação e Implicações
Apresentar o mapa de valores à liderança e discutir as implicações estratégicas dos gaps. É o momento de transformar o diagnóstico em decisão prática: quais comportamentos precisam mudar para que os valores sejam de fato sustentáveis?
Questões estratégicas que toda liderança deve fazer
Durante o processo de identificação dos valores organizacionais declarados e vividos, algumas perguntas revelam o DNA real da cultura:
Quais princípios a empresa jamais violaria, mesmo diante de uma oportunidade de lucro?
As pessoas promovidas nos últimos anos exemplificam quais valores?
Em momentos de crise, quais valores são sacrificados primeiro e quais sempre prevalecem?
Os valores da parede são critérios reais para decisões difíceis — como demitir um colaborador de alta performance, mas desalinhado culturalmente?
Se os clientes descrevessem a empresa pela experiência que têm, os valores citados seriam os mesmos que declaramos internamente?
O impacto da coerência cultural
Empresas que vivem seus valores constroem ambientes de confiança, engajamento e consistência. A coerência entre valores declarados e vividos reforça a identidade e torna a cultura uma vantagem competitiva sustentável.
Por outro lado, quando há dissonância, a organização perde credibilidade interna e externa. O discurso inspirador perde força quando as ações o contradizem.
Conclusão: cultura é o que se faz quando ninguém está olhando
No fim das contas, valores organizacionais declarados e vividos determinam se a cultura é uma promessa ou uma prática.
Empresas que reconhecem e alinham essa diferença criam uma base sólida para crescer com autenticidade — e inspiram equipes a agirem com coerência, propósito e orgulho.
E você, líder: os valores da sua empresa são apenas palavras bonitas ou refletem o comportamento diário das pessoas que a constroem?




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